Nunca fomos tão brasileiros - Plebe Rude - 08/08/87 - Vinil


O aguardado segundo trabalho da Plebe Rude veio sofisticado, classudo e um pouco menos "pegador".
Eles deixaram o punk rock meio de lado e passaram a misturar um pouco de ritmo brasileiros em algumas músicas.
A bateria do Gutje segue maravilhosa, mas o horizonte ficou bem mais amplo. Já não era uma banda exclusiva de garotos da classe média de Brasília. Agora a idéia era ganhar o Brasil.

A tentativa foi boa, muito boa, aliás, mas não deu muito certo. O disco não vendeu bem, talvez por causa do abandono do punk, e a banda caiu no ostracismo pouco tempo depois.
Quer dizer, isso é o que me pareceu já que não ouvi mais falar da Plebe depois disso. Eles até lançaram outros discos depois mas já não era a mesma coisa.

Um fato curioso foi a proibição da execução pública da música "Censura". Parece que os militares (ou o seu ranço) não curtiram muito que um bando de moleques de Brasília questionassem e falassem mal de uma "instituição pública que zelava pela moral e pelos bons costumes".
Olhando hoje, acho que era mais engraçado aquele tipo de censura, mas explícito e menos comercial.

Sobre as músicas: "A ida" era muito legal, a música título era uma porrada, "Bravo mundo novo" era complicada de acompanhar com batidas de mão e "Nova era tecno" meio que adiantava a mania por computadores que viria depois.

Um grande disco, uma grande banda, um monte de fãs saudosos.