Minha vida em vinil

terça-feira, setembro 28, 2004

Carne humana - Zero - 23/11/87 - Vinil


Posted by Hello

Mais uma vez o segundo álbum das bandas que surgiram mais ou menos na mesma época e que empolgaram com o primeiro trabalho acabou vindo estiloso e visualmente impecável.
O diferencial é que o Zero e o Guilherme Isnard eram classudos por natureza e sofisticar era algo até obrigatório nas vidas deles.
O detalhe imponente que eu mais gostava era a frase do Karl Marx que estava no encarte. Naquela época eu sabia ainda menos do que hoje sobre o pai do Capitalismo e ler aquela declaração absurdamente sincera e apaixonada não fazia muita diferença para mim. Demorei muito para cair na real e entender a idéia que ele quis passar ao dizer "...se amais sem atrair amor, isto é, se vosso amor é tal que não produz amor, se através de uma "expressão de vida" como pessoa amante não fazeis de vós mesmo uma "pessoa amada", então vosso amor é impotente, é um infortúnio".

Esse disco também foi um brinde da 89 FM e foi especialmente bem vindo por que eu tinha acabado de comprar o primeiro álbum da banda. Resultado: na mesma semana eu tinha quase toda a discografia de uma banda que pouca gente curtia e que só eu ouvia.
Acho que o povo não gostou da associação deles com o RPM e resolveu "descer a lenha".

Das músicas me lembro pouco. A falta de uma pick up decente me impede de colocar para tocar os gemidos do Guilherme e as músicas intencionalmente climáticas do Zero.
Gosto da banda mas acho que eles se levam a sério demais. Seria muito mais legal e mandar um "one, two, three, four" ramônico de vez em quando.

terça-feira, setembro 14, 2004

Passos no escuro - Zero - 14/11/87 - Vinil


Posted by Hello

Este é um dos discos que mais ouvi durante a minha vida inteira.
Perdi a conta das vezes em que imaginei detalhadas cenas de amor enquanto ouvia "Formosa". Até hoje me lembro de ter impressionado uma colega de classe ao dizer que não valia a pena dormir com alguém e pensar em outrem. E olha que naquela época eu nem conhecia os prazeres da carne!
Por falar nessa colega, ela era tão a fim de mim, mas tão a fim de mim, que foi até ridículo eu ter agido como desorientado e fingido que não era comigo. Não era de propósito. Eu simplesmente não sabia o que fazer com uma mulher.

A loja onde comprei este disco também não existe mais. O Studio 13 foi mais um a sucumbir ao supermercado que construíram perto do Albino Cesar, meu colégio da época.
Era bom ter uma loja de discos a preços populares por que o pouco dinheiro que tinha se dava muito bem com as promoções e saldões. O Zero entrou na minha coleção exatamente em uma dessas promoções.

Demorei alguns anos para entender que a capa do disco era uma conhecida paisagem carioca. Até então meu conhecimento de viagens se resumia ao trajeto até o aeroporto e às paisagens da terra natal. Eu mal sabia que o Rio estava tão perto e era tão bonito.
Para mim, aquela foto era meio sem sentido. Era apenas a capa do disco do Zero.

O video clipe estava nos seus primórdios no país, ao menos em sua versão mais popular, e o fato do Zero aparecer junto do Paulo Ricardo do RPM no clipe de "Agora eu sei" causava frisson. O PR era uma dos grandes astros da época e o Guilherme Isnard apareceu muito bem ao lado dele. Eu sempre gostei mais da voz do Guilherme, mas o PR também mandava bem. Isso foi antes de ambos mandarem os egos aos céus e por isso era bem mais legal.

Sobre as músicas: "Agora eu sei" era a mais conhecida, mas "Formosa" era a minha predileta. Eu gostava também de "Cada fio um sonho" (o popular "Melô do careca"), "Os olhos falam" e a quase anônima "Quero te encontrar".
Acho que muito poucas pessoas gostam do Zero até hoje, mas eu ainda curto muito colocar aquele vinil para tocar e escutar músicas que nem os chiados conseguem estragar.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Mudança de comportamento - Ira! - 13/11/87 - Vinil


Posted by Hello

O grande disco de estréia do Ira!
Na minha opinião, inferior ao segundo, mas cheio de músicas mais ingênuas e intimistas.

Comprei este na finada Mesbla da Rua 24 de Maio, em pleno Centro de São Paulo.
Naquela época não havia tantos camelôs na rua e eu sentia muito menos receio de tomar o metrô em Santana e passear até o Anhangabaú. A Galeria do Rock era um destino comum, mas as promoções da Mesbla acabaram me atraindo e comprei o disco.

Normalmente esse tipo de compra barata acabava tendo algum tipo de problema. Às vezes faltava o encarte, às vezes vinha um risco exatamente na faixa que vc mais gostava. Acho que era o preço a pagar por não exigir qualidade e exclusividade.

Me lembro de uma vez em que encontrei meus amigos lá, juntamente com um "benfeitor". Esse cara era mais velho e morava sozinho. Não sei bem por que, mas ele adorava comprar os discos que meus amigos escolhiam e convidá-los para ouvir as músicas na casa dele, tomando cerveja e falando de aventuras amorosas.
Nada me tira da cabeça que meus amigos pagavam as gentilezas musicais com carinhos corporais, mas isso ficou no passado e não vou conseguir encontrar alguém que me confirme o fato.

Uma das minhas preferidas é "Coração", bem rápida, sensível e sincera. Curto muito o refrão na voz do Scandurra e a levada rápida da guitarra e do baixo.
Havia também a faixa título, "Núcleo base" (cujo clipe passada sem sincronismo entre áudio e vídeo) e a baladaça "Tolices".

Fez parte da minha adolescência, mas nem assim significou sexo. Já para meus amigos...


 
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