Minha vida em vinil

quarta-feira, março 29, 2006

La historia de - 15 grandes éxitos - Inti Illimani - 15/01/92- Cassete


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Tentando fazer um (mau) paralelo, o Inti é para os chilenos como o Luiz Gonzaga é para os brazucas: uma unanimidade.
Ninguém ousa falar mal deles, apesar de nem todos morrerem de amores pelas músicas folclóricas que os fizeram famosos.

Nunca acompanhei direito a carreira deles, mas fui vê-los no Memorial (junto com metade da colônia chilena) e senti uma pontinha de saudade da terrinha. Não reconhecia nenhuma das caras, nem antes nem depois das rugas, mas as músicas eram velhas conhecidas da minha infância "socialista".
Assim como o Quilapayun e o Angel Parra, o Inti fazia parte das músicas esquerdistas que meu pai escutava durante a minha infância e que me deixavam tão entediado.
Ainda bem que aprendi a separar as coisas e a entender as motivações do meu velho.
Aquela era uma das poucas formas dele não se afastar para sempre do sei Chile tão amado.

Devo esta fitinha à minha querida avó materna, que me criou durante alguns meses antes da viagem para o Brasil e me ensinou coisas "interessantes" como não comer gordura de bife e comer pastel de choclo com açúcar cristal.
Para os não iniciados, o pastel de choclo é um prato típico da culinária chilena, feito à base de creme de milho, carne moída, cebola picada e um pedaço de frango.
Se alguém quiser se aventurar, o El Guatón é uma ótima pedida. A recomendação é complementar a refeição com uma bela empanada de carne e um vinho da casa.
Só não venham reclamar dos gases.

segunda-feira, março 20, 2006

Diamonds and pearls - Prince - 25/12/91 - Vinil



Não tem jeito. Minha memória mais marcante desta fase do Prince é das duas dançarinas gostosíssimas que atendiam pelos sugestivos nomes de Diamond e Pearl e rebolavam como loucas nos clipes de "Get off" e "Cream".
Perdi a conta de quantas homenagens solitárias fiz a elas durante as minhas tardes de ócio na MTV.
Apesar de não me ligar muito nas letras, eu também gostava da imaginar as "22 posições em uma transa noturna" que o anão gemia durante "Get off".
Resumindo, parecia um lance muito mais sexual do que musical, mas era Prince e isso fazia sentido.

O presente não era lá muito adequado para uma ocasião cristã como o Natal, mas minha mãe se preocupava ainda menos que eu com as letras e tudo ficava bem.

Os clipes eram outra coisa deliciosa, cheios de rebolados, pouca roupa, mas, curiosamente, nenhuma nudez. Parece que o Prince gostava mesmo é de sugerir e provocar, nunca de explicitar.
Inteligente, apesar de igualmente erótico. Coisa de americanos que adoram ter vergonha de serem sexuais.
Só a gente sabe como eles ainda têm muito a aprender nesse quesito.

terça-feira, março 07, 2006

Achtung baby - U2 - 15/12/91 - Vinil



Dizem que este é um dos discos mais incompreendidos do U2.
Mencionam uma certa apatia nas composições e a falta de tesão com que eles se apresentavam
Falam que os irlandeses imitaram o Bowie ao viver uma "fase Berlin" e ao gerar músicas ruins de se tocar em estádio.
Em se tratando do U2 que todos se acostumaram a ver, essa última acaba sendo a ofensa suprema.

Na minha opinião, nada é tão definitivo e radical assim.
O disco é meio lento, sim, mas quem é que não precisa mudar de vez em quando?

Gosto de "The fly", de "Mysterious ways" e de mais um par de canções.
Infelizmente a turnê da época não passou pelo Brasil e não pudemos comprovar o lance da apatia e da falta de tesão.

Eu estava no meio da faculdade e este álbum foi um presente de amigo secreto.
O meu namoro da época (o primeiro) havia começado há poucas semanas e eu ainda me adaptava à rotina de me preocupar com outra pessoa além de mim e da minha família.
Ela não curtia U2, mas não me impedia de ouvir qualquer coisa que eu gostasse.
Não que uma indisposição com os irlandeses fosse mudar muita coisa.
Pior seria se eu fosse forçado a escolher entre os Smiths e o namoro.
Pior para o namoro, claro.

quarta-feira, março 01, 2006

Use your illusion II - Guns´n´Roses - 28/10/91 - Vinil



A segunda parte da megalomania de Axl Rose.
Tenho pouco a acrescentar na parte musical, mas me lembro de uma passagem interessante que não ocorreu exatamente comigo, mas sim um amigo muito querido da época.

Ele veio do Rio com a família e demorou um pouco para se ambientar.
Uma parte desse processo foi arrumar uma namorada local, que coincidentemente morava no meu bairro.
Assim, eu acabava dividindo minhas manhãs com ele na escola e alguns finais de semana com ela no bairro (com o devido respeito, claro).

O interessante desta micro-estória é perceber como ele mudou e se prostrou perante ela e os desmandos do relacionamento.
Ele vinha de uma cultura bem pouco preocupada com os sentimentos e onde a onda era curtir. Ao se apaixonar, esqueceu tudo que havia "aprendido" e se deixou levar.
Me lembro até hoje o quanto ele sofreu quando ela resolveu se inscrever em um concurso da Polícia Militar e como ele tentou convencê-la a desistir com presentes e juras de amor. Um desses presentes foi exatamente este álbum do Guns.

Infelizmente não adiantou: ela passou no concurso, eles terminaram, ele sofreu horrores e a gente se afastou durante a faculdade.
Coisas de músicas e amores.


 
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