Rock animals - Shonen Knife - 13/10/94 - CD

Comprar um disco no "embalo" de outra pessoa nunca foi algo que eu gostasse de fazer, mas neste caso não tive como resistir: o tal "embalado" foi o Thurston Moore, guitarrista e vocalista da mítica Sonic Youth. Segundo ele, a Shonen Knife era uma das bandas prediletas.
E como eu posso ser tudo menos surdo, fui logo atrás dessas japinhas com inglês ruim, visual retrô e som básico, mas muito divertido.

Na verdade, antes de comprar o álbum na HMV eu já tinha visto um clipe delas. Acho que era "Tomato head" e certamente isso influenciou na vontade de entender o que o Sr. Moore estava falando.

Hoje eu concordo parcialmente com o cara do Sonic Youth: as japinhas são mesmo o máximo, mas infelizmente não dá para inclui-las no rol das top five.
Mesmo assim, este álbum foi uma compra muito comemorada e curtida.
Para quem não conhece e quer se arriscar, esta seria a forma mais recomendada.
Tenho certeza que vão gostar.

Out of time - R.E.M. - 25/09/04 - CD

Agora sim começamos a falar sério de verdade.
Com mais esta compra na Music Direct de Londres, consegui ter em mãos o álbum que trazia uma das duas músicas que mais me agradam nessa banda americana.
"Losing my religion" marcou as domingueiras na Apple da Vila Maria e isso não dá para esquecer.
Eu fazia uma coreografia meio doida, mais ou menos parecida com a que o Michael Stipe fazia no clipe e isso causava bastante estranheza no povo, acostumado a ritmos mais balançados e bem dançados.
Mas eu ficava lá, desajeitado e feliz com minha imitação e os sonhos de virar artista.

Até gosto de outras músicas do álbum (Texarkana, Radio Song), mas a força de "Losing my religion" é tão grande que a comparação é pura covardia.
Esta é uma das cinco músicas que mais significado tiveram na minha vida e disso não há nenhuma dúvida.
Esta música tem sabor de juventude, de ilusão e de paixão.
Tudo aquilo que ainda faz parte da minha vida, mas que naquela época era toda a minha vida.

Document - R.E.M. - 25/09/04 - CD

Acho que este é o álbum que mais gosto da banda.
Claro que outros foram mais significativos ou venderam mais, mas este tem valor sentimental por ter "The one I love", a primeira música do R.E.M. que ouvi, o que significa muito, ao menos para mim.
Me lembro da época do clipe, de um Michael Stipe cabeludo, de ninguém conhecer a banda, da aulas à tarde na faculdade, das fitas cassete gravadas à partir dos CDs alugados ou emprestados e da paixão platônica por uma menina que hoje trabalha dois andares abaixo de mim.

Muito significado para uma musiquinha só.

O álbum foi uma compra na Music Direct de Londres.

Get a grip - Aerosmith - 25/09/04 - CD

O grande disco do Aerosmith, pelo menos para quem não é crítico musical.
Foi com ele que a banda consolidou a volta aos sucesso e à vida "limpa".
Clipes divertidos, músicas pegajosas e mulheres maravilhosas como Liv Tyler e Alicia Silverstone fizeram deste disco um marco.
Infelizmente a regra diz que depois do auge vem a decadência, mas isso fica para outra ocasião.

Comprei esta na mesma Music Direct do Rod Stewart e curti muito o álbum mesmo depois que voltei para o Brasil.
Lá em Londres não tínhamos um carro para ouvir música enquanto íamos de um lado para outro, mas quase nem sentíamos falta de nada.

As músicas: Crazy, Amazing e Crying. Precisa dizer mais.

Unplugged...and seated - Rod Stewart - 25/09/04 - CD

Este tem uma estória engraçada.
Mesmo estando a muitos quilômetros de casa, o hábito de comprar revistas não me largou e resultou em uma pilha de "The Face", "Q" e "I-D" ao lado da minha cama.
Em uma dessas revistas encontrei um encarte de uma coisa parecida com o Clube do Livro no Brasil, mas ao invés de livros, o produto vendido era o CD.
A idéia era a mesma: você se associava e se comprometia a comprar um determinado número de CDs antes de poder desistir ou decidir continuar comprando sem nenhuma obrigação.
O tal do Music Direct me deixou meio inseguro por conta da minha situação de estudante sem residência permanente, mas depois entendi que o velho mote capitalista valia em todo lugar: pagando bem, que mal tem.

Todos os meus pedidos chegaram e foram pagos sem nenhum problema, mesmo que eu não fosse exatamente um inglês de carteirinha.
Como já era esperado, depois que cumpri a cota mínima obrigatória, deixei de fazer os pedidos e eles esqueceram de mim.

Como é lindo esse primeiro mundo!

Sobre o CD: eu não conhecia quase nada do Rod Stewart, apenas alguns clipes e a idéia de que ele havia plagiado "Taj Mahal" do Jorge Ben.
Com este álbum eu pude curtir várias coisas legais e várias músicas "clássicas" do velho escocês apaixonado por futebol.
Acho que este á um álbum bom para escutar em viagens, de preferência em um conversível à caminho da praia.

Louder than love & Badmotorfinger - Soundgarden - 18/09/04 - CD

Este álbum me traz mais lembranças da época anterior a Londres do que o contrário.
Na verdade, não se trata de apenas um álbum. Os espertos ingleses juntaram dois trabalhos do Soundgarden e venderam em um mesmo pacote.

O primeiro é de uma época anterior à MTV (pelo menos para mim) e não me faz lembrar de nada especial.
Já o segundo me lembra das tardes que passávamos nas ruas do Mack, admirando a beleza da fauna feminina enquanto esperávamos o início da primeira aula.
Era o primeiro ano da faculdade e a maioria de nós ainda tinha cara de criança, coisa plausível para quem tinha pouco mais de 17.

Ouvir "Outshined" me lembra de estar sentado no chão, ou melhor, em cima de um muro de concreto que servia de escada para o DA da Engenharia, e de falar bobagens típicas de quem não tinha carro, nem dinheiro, nem namorada.
Não dava para ser mais nerd.

Só para falar um pouco dos álbuns, o segundo também tem "Jesus Christ pose" e todos aqueles riffs lentos que fizeram o povo achar que o Black Sabbath havia reencarnado.
Parece que eles estavam enganados.

Ah, este é outro da HMV.

The best of R.E.M. - R.E.M. - 16/09/04 - CD

Este também saiu de uma visita à HMV.
Por ser mais uma das milhares de coletâneas que o R.E.M. lançou, não consigo me lembrar de nada especial para contar.
Diferente do Pantera, este eu não consegui nem explorar enquanto estávamos em Londres.
Acho que a única coisa digna de nota é que o CD foi o primeiro que me permitiu ter "It´s the end of the world as we know it (ao meu dispor)".
Esse nome quilométric escondia uma das músicas mais legais da minha adolescência, uma música que se não significava parte da minha vida, pelo menos ajudou a alegrar uma época bem mais tranquila e despreocupada.

Pena que os neurônios já não sejam os mesmos de antes.

Far beyond driven - Pantera - 16/09/04 - CD

Mais uma porrada do Pantera.
Entrei na HMV como quem não quer nada e saí com este demolidor de tímpanos.
Ainda bem que não havia muita liberdade para usar o aparelho de som da nossa anfitrião. Acho que a inglesa velha teria surtado se ouvisse os berros do Phil Anselmo e a barulheira do Dimebag.

Talvez seja por isso mesmo que eu não tenha nenhuma lembrança especial desse item.
Só depois que voltei ao Brasil é que pude ouvir o álbum inteiro e me assustar com a quantidade de neurônios que deviam morrer nos fãs a cada show da banda.
Barulheira pura!