Echo and the Bunnymen - Echo and the Bunnymen - 25/12/87 - Vinil




Este sim valeu a pena comprar!!
Ouvir "Lips like sugar" e "The game" compensou a certa decepção que senti com o "Crocodiles". Acho que este disco salvou a minha satisfação com os presentes de Natal daquele ano.

Como eu tinha tido meu primeiro contato com o Echo através do "Songs to Learn and Sing", o nível de exigência estava relativamente alto e não seria qualquer coisa que me manteria contente.
Felizmente este álbum conseguiu isso e ao mesmo tempo serviu como cartão de visitas para os primeiros shows da banda em terras brasileiras.
Eu adorava ver o clipe de "Lips like sugar" mesmo achando que o close dos lábios do MacCulloch era demorado e exagerado demais.
Era tudo muito legal naquele álbum e naquela fase da banda.
Por mais que os álbuns anteriores ao "Songs..." sejam melhores e mais elogiados, este é o meu preferido.

Pelo que me lembro, aquele foi o último trabalho da banda completa.
Acho que eles deram um tempo, morreu o baterista e depois morreu o baixista.
Mesmo sem cozinha, o Echo continuou tocando e tentando manter o nível da música.
Na minha opinião eles nunca conseguiram.

Crocodiles - Echo and the Bunnymen - 25/12/87 - Vinil




Ganhei o primeiro álbum do Echo no Natal de 87.
Era o máximo para um moleque como eu receber um dos mais importantes álbuns do pós-punk inglês. Não que eu soubesse o que era pós-punk, mas naquela época o Echo fazia muito sucesso na minha vitrola e algumas daquelas músicas se tornaram minhas favoritas.
Todo esse entusiasmo veio na esteira do "Songs to learn and sing" que me mostrou um Echo inspirado e em plena forma. Mal sabia eu que eles estavam meio cansados e que nos anos que viriam a comissão técnica do céu chamaria dois deles para integrar a mega-banda celestial.

Pelo que me lembro, esse álbum deixou a banda famosa e o Ian MacCulloch ainda mais metido. O magrelo dos lábios carnudos devia se achar o máximo mesmo antes de receber os elogios da crítica e a ovação do público.
Hoje em dia ele está insuportável e as músicas parecem que pararam no tempo, mas isso é uma outra estória.

Quando ganhei este, eu achava que conseguiria seguir a linha dos Smiths e completar a coleção do Echo também. Acabei parando dois álbuns depois e nem sinto muita vontade de voltar.
Acho que o Echo deu no saco.

Dois - Legião Urbana - 23/12/87 - Vinil


 

Como de hábito, acabei queimando a minha língua quando disse que as bandas dos anos 80 acabaram se rendendo a uma vontade doida de fazer um segundo disco luxuoso e produzido e se esqueceram um pouco da qualidade musical.
O segundo disco da Legião veio para mudar essa máxima e para me fazer fechar esta boca grande que Deus me deu.

A loja onde comprei este disco nem existe mais. Ficava lá na Praça da Árvore, uma lugar bem distante da minha Zona Norte natal e só acessível naquela época por conta do bem amado Metrô.
Acho que acabei me perdendo por lá acompanhando meus amigos que queriam comprar bermudas em uma loje de surfe que estava em promoção. Na minha adolescência se vestir com roupa de surfista era in.
Como eu só tinha grana para a passagem e algo mais, deixei as bermudas de lado e comprei um disco. Dentre as promoções disponíveis, acho que usei melhor meu dinheiro ao escolher a da loja de discos.
No Natal de 87, eu me presenteei com algo que me trouxe muito mais benefícios.

Sempre gostei muito de "Eduardo e Mônica", por mais batido que fosse pensar que o Renato Russo havia escrito a letra pensando especialmente em mim.
Demorou muito para que minha visão de mundo se abrisse e eu percebesse que aquilo se encaixava na vida de qualquer adolescente do mundo.
É impressionante como é previsível a vida de quem se acha o rei do mundo mas ainda mal saiu das fraldas.

Acho que as músicas que mais tocaram nas rádios foram "Tempo perdido" e "Quase sem querer". Os "punks de Brasília" estavam ficando mais sofisticados e a pancada doía um pouco menos.
Mal sabia eu que não demoraria muito para que eu passasse a achar extremamente chatas as lamentações do Renato e as musiquinhas arrastadas da banda.
Mas como isso ainda demoraria, valia a pena pular e dançar com a Legião.

Kiss me, kiss me, kiss me - The cure - 17/12/87 - Vinil




O grande disco do Cure!
Nem que seja só para a minha ignorante pessoa, este álbum sempre foi o máximo em diversão e supera de longe os outros trabalhos da turma do fofinho Robert Smith.
Não tem "Pornography" nem "Head on the Door" nem "Standing on the beach". O que eu gosto mesmo é de "Why can´t I be you?", "Hot, hot, hot", "Just like heaven" e principalmente "All I want". O clima de desespero dessa musiquinha era muito climática para a minha pobre adolescência e meus pais sempre achavam que tinha algo errado quando ouviam o mesmo "barulho" pela quinta vez consecutiva.

A passagem engraçada deste item é que eu o ganhei de brinde da 89FM. E não foi uma vez só.
Era uma época onde eu ia para o escritório do meu pai só para ouvir rádio e ligar para ganhar algum prêmio. Não tínhamos telefone em casa e eu também não tinha muito o que fazer depois da aula. Eram tempo muito mais ingênuos, românticos e baratos.
De tanto ligar para a 89 acabei ganhando o mesmo álbum três vezes e ganhando fama com o povo que andava comigo. Essa fama foi muito fugaz já que os caras se mostraram muito interesseiros e bem pouco agradecidos.
Como naquela época eu ainda precisava de alguma aprovação, isso acabeou me chateando bastante, mas eu logo esquecia e voltava a tentar ganhar algo para mim e para eles.

Foi assim até que eu entrei na faculdade. Aí já não havia mais tempo para ligações vespertinas, para domingueiras no Acre Clube e para os velhos amigos.
Um deles virou evangélico depois de uma doença grave, outro se mudou para o Rio e outro caiu na vida que achava que merecia.
Acabei tendo que substitui-los por outros amigos e outras verdades. Isso foi até que descobri as mulheres. Mas aí já é outro disco.
O "vermelhão" do Cure segue sendo um dos favoritos da minha coleção. E acho que será por um longo tempo.