Minha vida em vinil

terça-feira, março 29, 2005

First and last and always - Sisters of mercy - 19/07/88 - Vinil


 Posted by Hello

Não sei bem por que, mas acabei invertendo a ordem cronológica e comprando o primeiro disco do Sisters depois do segundo.
Talvez tenha a ver com a influência da rádio já que "Walk away" e "No time to cry" não tocavam há anos.
Mas não dá para dizer que este primeiro trabalho é bem mais marcante que o outro.

Neste a banda era de verdade e não um duo. Foi depois deste disco que o Wayne Hussey e o Craig Adams se encheram dos pitis do Eldritch e saíram para formar o The Mission.
Aqui o único som não humano ficava por conta da Doktor Avalanche, a famigerada bateria eletrônica da banda.

Me lembro até hoje do impacto de ver o clipe de "Walk away" no Realce (ou seria no FMTV). O que eram aquelas roupas? Por que aquele cara cantava desse jeito? Por que usar óculos escuros depois do entardecer? Qual a razão das unhas pintadas?
Eu era jovem demais para entender tudo isso. Aliás, ainda hoje acho difíl engolir algumas coisas que não sejam marketing puro e simples.
Na esteira dessa estética, milhares de moleques passaram a andar como mortos-vivos e passando um calor miserável no nosso verão tropical.
Se naquela época era tudo um espanto, hoje me parece tudo cômico, mas não menos legal.

Ah, esta foi mais um item garimpado na Baratos Afins.

quinta-feira, março 24, 2005

Floodland - Sisters of mercy - 06/07/88 - Vinil


 Posted by Hello

Aí a coisa começou a ficar preta. Literalmente preta.

Um dos ícones dos góticos - ou darks, para os brazucas - as Irmãs sempre causaram furor por onde passaram. A voz grossa do Andrew Eldritch não combinava com aquele físico franzino e branquelo. Se bem me lembro, ele ganhou o carinhoso apelido de "Pernas mais finas do showbizz".
Na época deste disco a banda havia sido reduzida a uma dupla: o Eldritch e a baixista Patricia Morrison.
Não me perguntem quem tocava os demais instrumentos nos disco e nos shows. Oficialmente eram só os dois e a Doktor Avalanche, a bateria eletrônica de estimação.

As rádios tocavam "Lucretia" à exaustão mas eu gostava muito de "Dominion" e a linha de baixo que parecia um martelo na cabeça da gente.
Eu nunca achei que eles tivessem sido tão influentes, mas recentemente li na Internet que um determinado crítico os considerava como parte da trindade sagrada do gótico mundial. Como não me lembro dos outros dois, não deve ter sido nada muito importante.

O povo do cursinho estranhou um pouco quando cheguei com o vinil na aula, vindo da Baratos Afins, mas como nenhum deles conhecia a banda, acho que eles julgaram melhor me deixar quieto e prestar atenção nas aulas.
Eles foram bastante sábios naquele dia.

quinta-feira, março 17, 2005

Unknown pleasures - Joy Division - 11/06/88 - Vinil


 Posted by Hello

Este disco do Joy entrou meio que por tabela na minha coleção.
Eu conhecia muito pouco da obra da banda e estava em uma fase de tentar completar coleções.

Gostei muito da capa, mas sinceramente não tenho nenhuma outra memória marcante.
Devo ter ouvido o disco menos de meia dúzia de vezes o que por si só já um pecado.
O fato de não me lembrar de nenhuma música é outro.
E a idéia de gostar mais da capa do que das músicas é a morte final.

Peço desculpas aos fãs de carteirinha, mas acho que nessa época eu já gostava mais do New Order.

Ah, foi outra compra feita na Baratos Afins.

domingo, março 13, 2005

Psicoacústica - Ira! - 04/06/88 - Vinil


 Posted by Hello

Mais um item adquirido na velha a boa Baratos Afins.

Grande disco, grande banda, grande momento e uma idéia diferente que não deve ter dado muito certo: o disco vinha com aqueles óculos 3D - com uma lente vermelha e outra azul - para que a gente olhasse para a capa e sentisse um efeito de movimento e profundidade.
Nunca consegui ver o tal efeito e nem voltei a colocar os tais óculos.

O Ira! daquela época estava no auge da fama, depois de uma música na abertura de uma novela Global - acho que era "Flores em vc" na novela "O outro" - e de milhares de aparições na televisão.
Deve ter sido por isso que eles despirocaram e largaram o sistema.
Demorou muito para que eles voltassem a fazer algum sucesso. Só fanáticos como eu continuavam achando que eles eram bons. E olha que nem eu tenho todos os álbuns!
Até eu fiquei meio de saco cheio com o que veio depois!

A música que eu mais gosto do álbum é "Farto do rock´n´roll" apesar de achar bem furada aquela explicação dada pelo Nasi para o título. Segundo ele, o farto seria de cheio, pleno de rock. Segundo a versão oficiosa, era tudo uma crítica às incursões eletrônicas do Edgar e dos seus associados.
De qualquer maneira, era um puta rockão e um puta barulho.
"Rubro Zorro" e as antigas "Receita para se fazer um herói" e "Poder, sorriso e fama" também estavam lá, mas Farto era o símbolo daquele Ira!

domingo, março 06, 2005

Viva Hate - Morrissey - 06/05/88 - Vinil


Posted by Hello

Se até a Armação Ilimitada pagou tributo ao primeiro trabalho solo da metade letrista dos Smiths, o que mais eu poderia fazer?
Só me restava juntar alguns cobres e entrar na deles.

Para trintões saudosos como eu, ainda é lendária a cena em que o Bacana se aproxima lentamente da sua namoradinha no episódio e lhe tasca um beijo ao som de Suedehead.
Ou seria de Everyday is like Sunday?
Acho que esta dúvida é típica de um trintão cujos neurônios já tiveram dias melhores, mas cujo gosto musical se mantém fiel aos grupos surgidos na primeira metade dos anos 80 (ou muito perto disso).
Podem aparecer novas e ótimas bandas, mas os preferidos sempre serão os grupos dos anos 80.

Este foi o primeiro trabalho do Morrissey depois dos Smiths.
Enquanto o Johnny Marr foi brincar de apertar botões no Electronic junto com o Bernard Summer do New Order, a voz dos Smiths juntou dois ou três músicos meio obscuros para o resto do mundo e seguiu em frente. As músicas lembravam muito o que tinha feito na antiga banda e deve ser por isso que os fãs gostaram tanto.
Era uma continuação de algo que havia sido seriamente abalado algum tempo antes.
Para alguns fanáticos, era a ressureição dos Smiths.
Para o Morrissey era apenas mais um trabalho.
Para mim, era um grande álbum de estréia.

Ouvi tanto algumas músicas que até a minha velha mãe deve conhecer algumas das letras. E olha que ela passa longe de falar inglês. Ainda mais o sotaque operário de Manchester.
Ainda hoje é um dos meus discos preferidos e só não sigo o processo de perfuração impiedosa do vinil por que estou sem pick up. E por que consegui a música em CD.

Não posso afirmar com certeza, mas talvez o balconista da Baratos Afins nunca tenha vendido um disco para alguém tão sorridente e satisfeito do que eu.
Ainda bem que eu nunca fui fanático. Apenas achava que aqueles caras de Manchester nunca seriam superados.
Ainda acho isso, mas deixa pra lá. Cada um com seus problemas.


 
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