All about Eve - All about Eve - 25/08/94 - CD

O primeiro CD comprado durante a European Tour de 94.
Tudo bem que foi a única tour, mas acho que o nome vende bem.

Estávamos em Amsterdam e acabamos entrando na Virgin local, uma loja enorme como muitas outras que encontramos depois.
Eu conhecia a banda do mesmo especial de rádio que me trouxe os Sugarcubes, os Primitives, a Sinéad e o Transvision Vamp.
Mesmo que fosse a mais sem graça de todas, eu gostava da idéia do Michael Stipe do REM ser fã e fui atrás deles.

O curioso é que só fui ouvir o CD inteiro depois de voltar para casa, quase três meses depois. Nesse intervalo, meus poucos acessos ao aparelho de som da nossa anfitriã serviram apenas para tocar alguns segundos de cada faixa e matar um pouco a saudade.

As faixas de destaque são "Every angel" (vide clipe) e "What kind of fool", mas não recomendo muita expectativa. A banda é apenas mais ou menos.

Greatest hits - Black Sabbath - 30/07/94 - CD

Eu já adorava o Ozzy e o Sabbath, mas inexplicavelmente não tinha nenhum disco deles.
Tive que apelar ao famigerado saldão do Mappin para resolver esta questão. E não me arrependi. Um monte de sucessos, quase todos com aquele riff mais lento do que os demais do rock pesado, mas com provavelmente muito mais significado e importância do que uma boa baciada deles.

Nesta época eu já estava fora do meu primeiro emprego, aquele onde conheci meu melhor amigo e onde descobri uma série de segredos sobre o álcool e as mulheres.
Ambos havíamos saído para estudar na Europa e vivíamos nossos últimos dias antes da partida. O engraçado é que nossa saída se deu com a colaboração do gerente: entramos educadamente na sala dele e contamos nossos planos.
Ele nos incentivou e disse que nos demitiria para que ficássemos com em pouco mais de dinheiro.
Foi uma das melhores coisas da minha vida e significou muita liberdade.
Mais detalhes daqui a pouco.

Raimundos - Raimundos - 02/07/94 - CD

A 89 FM já rolava "Puteiro em João Pessoa" com muita frequência.
A coisa "forrócore" estava na moda e a MTV martelava o vídeo de "Nêga Jurema" no Disk e em muitos outros programas.
Daí a comprar o primeiro álbum dos Raimundos na Baratos Afins foi uma coisa bem natural.

E o álbum até que era bem divertido. É verdade que não havia muita variação nas músicas, todas falando de Nordeste, sacanagem e birita, não necessariamente nessa ordem.
Pessoalmente, o que mais me agrada no álbum é o riff de baixo no começo de "Bê-a-bá". Depois a música perde um pouco da graça para mim, mas esse começo é matador.

Uma vez levei o álbum para o trabalho e coloquei "Tora tora" para o povo ouvir. A coisa ia bem até o Rodolfo começar a descrever as intenções sexuais com a vítima da vez. Todo mundo ficou vermelho e o rádio foi desligado.
Daí dá para entender um dos motivos dos Raimundos terem feito tanto sucesso: era proibido falar aquelas coisas e, por isso mesmo, era obrigatório ter o álbum.
Tudo graças à culpa católica. Coisas de país latino.

Last splash - Breeders - 16/06/94 - CD

O que fazer depois que a sua banda acaba?
Formar outra banda, lógico, mesmo que o sucesso demore a voltar ou não volte nunca mais.
Foi isso o que fez a baixista Kim Deal depois do fim dos Pixies: montou outra banda e continuou.
O engraçado é que eu mal sabia quem eram os Pixies, mas já havia visitado a Baratos Afins para comprar este álbum. Culpa dos clipes de "Cannonball" e "Divine hammer" que rolavam na MTV.

Pode parecer sacrilégio, mas eu não me interessava pelos Pixies mesmo sabendo da influência deles no som do Nirvana e toda a papagaiada que seguia essa afirmação.
Era uma banda que simplesmente não em interessava, daí a comprar primeiro o CD dessa banda "derivada".
Eu estava começando em um emprego e o dinheiro ainda não sobrava.
Nem walkman eu tinha para escutar as Breeders no ônibus que me levava para Guarulhos, mesmo assim, curti muito o som da Kim, da sua irmã Kelly e do resto da banda.
Pena que acabou cedo.

Bandwagonesque - Teenage Fanclub - 05/06/94 - CD

A banda sempre foi mais comentada do que ouvida.
Pelo menos para mim, não havia nenhuma música da Teenage Fanclub que tivesse marcado alguma fase da minha vida ou que tivesse me impressionado.
Na verdade, até ver o clipe de "Starsign", eu mal sabia da existência da banda.
Benditos programas de clipes.

Se passaram muito anos desde que comprei o álbum na Studio 13 para que eu descobrisse que os caras vinham da minha amada Escócia, haviam influenciado 9 entre 10 indies ingleses e eram adorados como uma religião por alguns poucos mas muito dedicados fãs.
As duas primeiras descobertas vieram com a leitura de revistas e a compra de mais álbuns, mas a terceira acabou sendo a mais legal já que foi uma experiência ao vivo: um show da banda no Sesc Pompéia.
Eu, minha irmã cineasta e os tiozinhos de uma das bandas mais legais que eu conheço.

Anos depois a Teenage Fanclub ajudou a fazer mais feliz o aniversário de uma amiga muito querida, mas isso é outra estória.

Vulgar display of power - Pantera - 12/05/94 - CD

Na época em que comprei este álbum no Mappin eu só conhecia "This love". Como era de se esperar, era mais do que o suficiente.
Mesmo que puristas ou "especialistas" digam que o Pantera fez muita coisa melhor, essa música me parece tão boa, mas tão boa, que poderia vir sozinha nesse álbum e nos demais que a banda lançou até se separar.
Tudo nela funcionava, do começo lento ao riff matador, passando pelo vocalista careca e ensandecido, era tudo muito legal, talvez por que não tinha nada a ver com a minha realidade.
"This love" inspirava liberdade e incomodava os outros, duas premissas básicas para satisfazer minhas vontades mentais.
Coisa de projeção de personalidade.

O resto do álbum também é muito bom. Gosto também de "Hollow" e "By demons by driven", mas nada chega aos pés de "This love".
Pena que a banda acabou e eu me afastei do metal.
Afastei, mas não muito.

Mesmo que eu tenha conseguido encontrar o video de "This love", decidi colocar também um vídeo com uma tal Andrea que supostamente fica se exibindo em uma web cam ao som de Pantera. Não entendi a relação, mas tudo bem.
Altamente tosco, mas engraçado.

Canções para ninar - Garotos Podres - 12/05/94 - CD

"A" banda do começo da minha adolescência.
Mesmo que eu não tivesse a menor idéia do que signifasse a ideologia da banda ou achasse que o ABC ficava do outro lado do mundo, não dava para segurar a empolgação quando escutava os primeiros acordes de "Anarquia" ou "Papai Noel".
Como sempre fui um bom menino, nunca me meti a dançar pogo ou fazer mosh, mas não resistia à vontade de sair pulando e chutando o ar como bom "punk de boutique" nos bailes de sábado à noite na minha saudosa Zona Norte.

Mais ou menos seis ou sete anos antes de comprar este álbum nas prateleiras do Mappin, uma das minhas fugas do tédio preferidas era imitar o riff inicial de "Anarquia" com a boca. Nessas ocasiões a chuva de saliva era obrigatória e o descontentamento dos colegas também.
Coisa de adolescente de classe média baixa.

Sobre o álbum, descobri por acaso que se tratava de uma coletânea e fiquei muito satisfeito por não precisar me enfurnar em sebos para ter à minha disposição essas pérolas do punk rock brazuca.

Um dos itens que mais marcam presença no meu player.

Led Zeppellin - Led Zeppellin - 05/05/94 - CD

Não tenho muita coisa a dizer sobre este álbum.
Eu havia me formado no fim do ano anterior, estava no meu primeiro emprego efetivo, ainda não havia aprendido a beber, não tinha carro e gastava todo o meu dinheiro com cinemas, motéis com a namorada e CDs.
Um sábado qualquer de Maio eu entrei no Mappin, andei para lá e para cá e topei com este álbum do Led.
O engraçado é que eu pensei que era uma coletânea e fiquei bem animado. Só depois é que fui descobrir que se tratava do IV, aquele que tinha "Stairway to Heaven", "Black dog" e "Rock and roll".
Para um razoável conhecedor de música, até que minha idéia de coletânea não era das mais absurdas.