Minha vida em vinil

quarta-feira, agosto 30, 2006

The hits 1 - Prince - 25/12/93 - CD



Um belo dia de 1991 eu acordei e quis ser o Prince.
Apesar de atualmente não ter nada contra seres andróginos como o baixinho de Minneapolis, naquela época esse meu desejo tinha a ver com a habilidade musical do cara e não com seus gostos sexuais.
Eu achava o máximo ele tocar um milhão de instrumentos, ter a própria gravadora, dançar e cantar "praca" e ainda ter um bando de mulheres à sua disposição.
Naquele tempo eu não entendia bem a idéia delas estarem ali profissionalmente e nem as nuances desse profissionalismo.
Novamente não fica aqui nenhum demérito a prostitutas e garotas de programa.
Todo mundo sabe da importância dessas profissionais para o processo criativo da música pop.

Mas voltando ao Prince, eu havia começado aulas de saxofone e teoria musical na igreja batista que um grande amigos frequentava e comecei a me ver tocando todos os instrumentos possíveis e imagináveis e formando uma banda com meus amigos.
Infelizmente a animação durou pouco, comecei a me sentir assediado pelos membros da igreja e me afastei da igreja, das aulas e do amigo.
Com isso desisti também da idéia de ser Prince e voltei à minha confortável posição de fã e apreciador de "Kiss", "If I was your girlfriend" e das dançarinas Diamond and Pearl que vinham junto com o álbum, meu presente naquele Natal.
Sorte do mundo musical.

segunda-feira, agosto 28, 2006

In utero - Nirvana - 13/11/93 - CD



Aqui o Nirvana enfiou definitivamente o pé na jaca.
Nada de continuação de Nevermind para confirmar a posse do trono da música.
Nem sinal de concessão à gravadora.
Uma perfeita demonstração da auto-destruição que já devia fazer parte da rotina do Cobain.
Pessoalmente, um disco meio chato, com poucas músicas "curtíveis", requisito imprescindível para que eu goste de um álbum.

Pelo que me lembro, foi nesta época que o Nirvana veio tocar aqui no Brasil, em um Hollywood Rock doido para aproveitar a onde grunge e com direito a masturbação no palco transmitida pela Globo.
Nem o L7 e o Alice in Chains juntos conseguiram fazer tanta bagunça quanto o abilolado Kurt Cobain.
Muitos amigos meus passaram a detestara ainda mais a banda depois do show onanista.
Ainda bem que ele estava vestindo um monte de trapos ou as "Senhoras de Santana" teriam baixado o porrete na dona da TV brasileira.

Uma época "romântica" eu diria.
Ah, e outra compra no Mappin.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Vs. - Pearl Jam - 07/12/93 - CD



Este segundo trabalho da banda do Sr. Vedder teve muito menos impacto do que o primeiro, ao menos para mim.
Me lembro de "Daughter", de ter demorado alguns anos para entender o que era aquilo na capa (um carneiro ou algum assemelhado), de ficar doido de vontade para ver os caras ao vivo e de ser o único da faculdade que gostava mesmo dos caras.

Comprei o álbum no indefectível Mappin e aos poucos fui me desinteressando pela banda.
Acabei achando todas as músicas muito parecidas, mas ainda demorei alguns anos para deixar de comprar os álbuns. Eu não gosto de ouvir o álbum inteiro antes de comprá-lo, o que significa que sempre corria o risco de levar uma bomba para casa.
A cada álbum do Peral Jam que comprava, eu renovava a esperança de alguma mudança ou surpresa que me convencesse de que valia a pena seguir gostando da banda.
Infelizmente isso não aconteceu e eu os abandonei de vez.
Ainda hoje escuto coisas do primeiro álbum, mas nada mais.
Me curei completamente do Pearl Jam e não há crise de abstinência que me faça voltar a comprar os discos deles.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Tito Fernandez en el Olympia de Paris - Tito Fernandez - 06/12/93 - CD



Um presente para lá de emocionante!
Tito ao vivo é, para um nativo daquela terra espremida entre os Andes e o Pacífico, uma ocasião quase que sacra.
Pelo menos para mim, a linguagem que ele utiliza é a mesma que ouvi durante toda a minha infância e início de adolescência: um certo toque caipira, misturado com simpatia e calor humano para derrubar qualquer resistência à expressão dos sentimentos.
E digo isso com conhecimento de causa, já que fui a Clube Banespa vê-lo há alguns anos atrás.
Foi muito mais legal e emocionante do que a apresentação do Inti no Memorial.
Eu estava com a família, um bando de gente da colônia e a indefectível camisa da Seleção. A vermelha, claro.

O disco transmite exatamente o espírito do show, principalmente em "La casa nueva" que virou trilha sonora do primeiro dia em novas instalações residenciaisi.
Fiz isso quando a família se mudou para a Matias Aires e repeti o gesto quando eu e minha mineira passamos a dividir o teto na Barra Funda.
Depois dessas, Tito virou gente da família.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Facelift - Alice in chains - 13/11/93 - CD



Comprei no Mappin este primeiro álbum do Alice depois de ter comprado o segundo.
Uma razão muito simples é que eu gostava mais de "Would?" do que de "Man in a box".
A banda já era legal neste primeiro trabalho e acho que mudou pouco e evoluiu muito até a morte do doidão Layne Staley.
Aliás, morte de doidões era quase que obrigatória nesse povo grunge.
Além do Alice in Chains, também o Mother Love Bone e o Nirvana ficaram sem os caras que gritavam lá na frente do palco e atraiam ainda mais atenção para a banda.
Cada um com suas escolhas e preços a pagar.

Não me lembro de nenhuma passagem da minha vida que esteja ligada a esta música.
Diferente do Hornby e do Takeda, eu não tinha essa preocupação de registrar as coisas quando era mais novo.
Deve ser por isso que eles têm talento, (uma certa) fama e (uma boa quantidade de) dinheiro.
Mas se não consigo identificar nada importante mesmo depois de várias horas de esforço mental, deve ser por que não vale mesmo a pena.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Mestres da MPB - Jorge Benjor - 28/10/93 - CD



Este foi um presente de aniversário da namorada da época, aquela que trabalhava no antigo Eldorado da Nove de Julho e que eu visitava com frequência para curtir um sarro em público. Maravilha!

Na época, a música "W Brasil" tocava até em rádios evangélicas e eu nunca quis saber se havia algum tipo de "jabá" ou patrocínio por parte da turma do Olivetto.
Eu simplesmente gostava da música e não conhecia muito a obra do Benjor.
Felizmente eu não sabia o que estava perdendo.
O álbum era uma reunião de uma série de sucessos do JB, antes e depois da mudança de nome artístico, supostamente para não ser confundido com o americano George Benson, incluindo a minha favorita, aquela que conta "uma linda estória de amor".

Melhor dizendo, ela não é só a minha favorita. Não conheço nenhuma festa, de batizados a velórios, que não se anime com os primeiros acordes dessa homenagem ao presentinho que o tal príncipe indiano deu para a noiva.
Tenho minhas dúvidas se algum filho de Deus presta atenção à letra, mas entendo isso como uma transgressão menor e nunca fui chato o bastante para apimentar uma conversa com esse assunto.

Se alguém me forçar a escolher apenas um CD para levar para uma festa, certamente seria este.
Salve, Jorge Maravilha!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Pocket full of kryptonite - Spin Doctors - 30/10/93 - CD



Este foi presente de aniversário de um amigo querido.
A banda tocava direto na MTV e na rádio e o raciocínio óbvio do amigo foi bem coerente: se ele gosta de música e se essa música toca bastante, é bem provável que ele goste.
E lá estava eu com o CD que tinha "Two princes" e mais uma dúzia de músicas das quais não tenho nenhuma lembrança.
Também não tenho lembranças do entorno que envolveu este álbum.

Sendo assim, fica o registro de amizade que ainda persiste (apesar dele passar 20 dias por mês fora do país) e da música, que eu ainda acho bem legal, apesar de tudo.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Alive III - Kiss - 25/09/93 - CD



Mais um item comprado no antigo Eldorado da Nove de Julho.

Minhas lembranças do Kiss remetem à época das caras pintadas, dos "pintinhos esmagados em pleno palco" e das estórias a respeito do significado do nome da banda.
Eu estava no ginásio e o povo da Escola Paulista adorava dizer que o nome era na verdade uma sigla e significava Garotos a Serviço de Satã (Kids in Satan´s Service no original).
Nunca cheguei a ver o tal purê de pintinhos ou algum ritual minimamente satânico, mas admito que os caras gostavam de um bom circo e todos esses mitos só ajudavam a crescer a fama da banda.

Meu antigo professor de violão achava horrível toda aquela parafernália e produção.
Tudo bem que ele curtia MPB e baianidades, mas até que a zanga dele era justificada.
O som do Kiss era bem mequetrefe e a coisa toda só se sustentava com as músicas antigas (da formação original, com Peter Criss) e com o teatro e pirotecnia da fase das pinturas.

Este álbum era de um show nos States, provavelmente em Detroit e mostrava um monte de sucessos e músicas marcantes.
Gosto de várias, mas admito que hoje os caras são posers demais para mim.
Não chego ao ponto de achar Caetano Veloso um deus na terra, mas prefiro cada vez mais o lance "um, dois, três, quatro" de gente como Ramones e Clash.

É bom saber que o tempo passa.

sexta-feira, agosto 11, 2006

The end of silence - Rollins Band - 21/09/93 - CD



Conheci a banda através de um desses programas de clipes.
Devia ser o Clip Trip da Gazeta (atual CNT) que veio depois do Realce e tinha como apresentadores o Beto "qualquer coisa" e boneco Capivara, horroroso como ele só.

Além de ter adquirido o CD em mais um saldão do Mappin, infelizmente não tenho mais nenhuma lembrança da época ou do álbum.
Foi apenas mais um na coleção.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Beethoven was deaf - Morrissey - 14/08/93 - CD



Um álbum do Morrissey é sempre um álbum do Morrissey e não importa se ele é ao vivo na França ou no Iraque e se a voz do cara some em alguns momentos. Ele ainda é o ex-vocal dos Smiths e isso já garante seus serviços prestados à música.

Este eu comprei no antigo Eldorado que ficava de frente para a Pamplona e de costas para a Nove de Julho. Acho que hoje ele já virou um Carrefour ou outro hiper de rede.
Essa certa confusão de marcas certamente não é parte mais importante da estória. O motivo da minha presença lá é que era curioso: minha namorada da época trabalhava em uma loja lá e eu sempre dava um jeito de sair da empresa (que ficava na Luiz Coelho) e ir até lá para tomar um chá ou simplesmente vê-la e dizer que a amava.
Coisa de pós-adolescente apaixonado.
Essas minhas visitas acabaram rendendo uma série de situações complicadas e potencialmente prejudiciais para nossa saúde e nossas carreiras. Certa vez quase inventamos de transar no banheiro, mas felizmente desistimos.
Isso durou até o dia em que o segurança do local, cansado de assistir de longe às sessões de pegação em público, gentilmente me convidou a sair do estabelecimento.
Tive que atendê-lo. Não havia como protestar e acabei limitando minhas visitas às esticadas que eu dava para pegá-la no fim do expediente e acompanhá-la de ônibus até perto de casa.

Bons e ingênuos tempos eram aqueles.

segunda-feira, agosto 07, 2006

"Symbol" - Prince and the New Power Generation - 19/07/93 - CD



Mais uma expedição à Amarosom.
Mesmo artista, mesma banda, mesmo som, nome diferente.
Acho que este foi o primeiro trabalho do Prince na fase em que ele assinava como um símbolo esquisito que meu teclado não reconhece, portanto não vou reproduzir aqui.

Por mais elogiado que o cara seja, eu não consigo me deixar seduzir e acabo analisando a música da mesma forma que analiso vinhos: não me interessa o pedigree e as opiniões avalizadas, se eu gosto é bom, se não, dane-se.
Com o Prince funciona exatamente assim e este é um álbum que eu definitivamente não aprecio.
Pena, por que o cara já tinha feito coisa muito boa na vida.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Am I not your girl? - Sinéad O´Connor - 13/07/93 - CD



Tudo começou com "Nothing compares to you" e minha obsessão por mulheres de cabelo curto. No caso da Sinéad, essa obsessão estava amplificada um milhão de vezes.
O fato dela ser linda e careca me deixava com tanto tesão quanto um filme da Traci Lords.
E ainda tinha a música, versão de um trabalho menos conhecido do Prince, que teve os pronomes devidamente adaptados e virou mega-sucesso em rádios e TVs.
Ainda hoje gosto dela (da música) mesmo que o clipe seja apenas uma vaga lembrança dos tempos em que eu conseguia ver a MTV. Me refiro a ter saco e não a ter tempo.

Gosto também da cantora, mas ela andou fazendo tanta coisa esquisita (rasgar a foto do Papa foi apenas uma delas), que acho que perdi um pouco do tesão.
Ainda gosto de meninas magras, de rosto oval e cabelo curto, mas não é mais como antes.

Ah, faltou dizer que este entrou na minha coleção como presente do Dia dos Namorados e que a autora do agrado também era uma menina magra e de cabelos curtos.
Coisas de uma obsessão que se preze.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Great balls of fire - Jerry Lee Lewis - 15/06/93 - CD



Agora sim!
Nem me lembro onde ficava a Amarosom, a loja onde comprei este CD, mas com certeza eu estava com um sorriso de orelha a orelha quando paguei e fui embora.

Desde o disco "25 anos de rock and roll" da Som Livre com a Xuxa na capa que eu curtia a barulheira que o caipirão fazia ao piano e que eu acompanhava detalhe por detalhe.
Minha mãe até cogitou me mandar para um desses programas de calouros para mostrar como eu, sem nenhum conhecimento de piano, mexia os dedinhos absolutamente coordenado com a música.
Ainda bem que ela desistiu logo da idéia. Ninguém merece.

A música que eu imitava na sofá da sala era "Great balls of fire", mas nesse CD eu descobri outra favorita (High school confidential) que deve ter sido um dos primeiros sucessos do Killer e que passou a ser a trilha sonora das nossas madrugadas de larica no Rocket´s.
Um dos meus discos preferidos.


 
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